Meu nome é Mórbido – não o real, apenas o apelido que me identifica online. A razão? Talvez porque me sinto mais confortável em um espaço onde não preciso carregar o peso de quem sou de verdade, pelo menos não o tempo todo. Sou Border, e viver com isso é como estar preso em uma montanha-russa emocional que nunca para.
No meu dia a dia, tudo é intenso, para o bem e para o mal. Acordo sem saber quem vou ser naquele dia. Às vezes, estou cheio de energia, achando que o mundo tem potencial, mas basta uma palavra atravessada, uma mensagem ignorada, e tudo desmorona. É como se uma ferida sempre aberta sangrasse mais. Eu me afogo em inseguranças, em paranoias que me dizem que talvez ninguém realmente me suporte.
As amizades, ah… elas são complicadas. Eu amo de forma extrema, e isso cansa as pessoas. Quero estar presente, cuidar, proteger, mas muitas vezes acabo sufocando. Tenho medo constante de ser abandonado, e essa ansiedade me faz agir de formas que nem eu entendo direito. Depois vem a culpa – e essa me consome.
Ao mesmo tempo, há momentos em que eu me isolo. Me tranco no meu mundo porque sinto que sou um peso para todos. É contraditório, né? Quero proximidade, mas corro quando acho que estou me tornando um fardo.
Nos estudos ou em qualquer coisa que exige constância, eu enfrento desafios. Há dias em que não consigo nem levantar da cama. Minha mente me puxa para um lugar escuro, e eu fico preso lá, me sentindo incapaz. Em outros dias, sou movido por uma energia quase obsessiva, mergulhando em tudo de forma intensa, até me queimar.
Mas nem tudo é só dor. Viver com Border também me faz sentir as coisas de uma forma única. Eu vejo beleza nos pequenos detalhes, sinto amor de uma maneira quase transcendental, e sou profundamente empático com a dor dos outros. Isso, acredito, é a parte que me mantém conectado com o mundo.
Ainda assim, ser Mórbido, ser eu, não é fácil. Mas estou aprendendo – a lidar com a intensidade, a entender que nem tudo é definitivo, que as pessoas não vão sempre me deixar, mesmo quando meu coração me diz o contrário. E isso, por menor que pareça, já é um passo gigantesco.