Fruto Proibido 𖣂

Uma árvore cresce em silêncio mortal,
Seu fruto escuro, veneno letal.
Raiz de rancor, um segredo guardou,
E em sombra amarga, o ódio brotou.

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Um pedaço de texto que me provoca angustia sempre que releio:

Sou uma imensa massa molenga e gelatinosa. Roliça, bulbosa, sem boca, com buracos brancos palpitantes preenchidos de neblina onde meus olhos costumavam ficar. Apêndices borrachudos onde antes eram os braços; excrescências arredondadas, umas bolsas disformes de matéria flácida e escorregadia, mas nada de pernas de verdade, para baixo do que poderia ter sido a cintura. Como uma lesma, eu vou deixando uma trilha mucosa por onde passo. Manchas de um cinza maligno surgem e somem na minha epiderme, como se clarões doentios pulsassem no meu interior.

Por fora: imbecilizado, me arrasto pelos cantos, uma coisa que nunca poderia ser chamada de humana, uma bolha deformada tão distante dos contornos antropomorfos que qualquer vaga semelhança com o corpo de uma pessoa se torna, por isso mesmo, mais obscena.

Por dentro: solitário, sozinho. Vivendo debaixo da terra, debaixo do mar, nas entranhas de AM, esse computador a quem nós criamos porque nosso tempo estava sendo mal gasto, a quem decerto esperávamos, inconscientemente, que fosse melhor do que a gente.

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Isso e tão profundo.

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