O Fogo Que Nos Consome

Era uma noite fria quando ele apareceu pela primeira vez. Beatriz estava caminhando sozinha pelas ruas escuras do bairro, distraída, quando sentiu aquela presença. Um arrepio percorreu sua espinha, mas não era medo. Era algo mais profundo, mais intenso. Quando ela se virou, ele estava lá: olhos escuros como a noite, fixos nela como se fossem os únicos que importassem.

Ele não disse uma palavra. Apenas observou, com uma intensidade que fez seu coração acelerar. Beatriz tentou seguir em frente, mas algo o prendia ali, como se ele fosse um ímã e ela, metal. Naquela noite, ela não soube o que era, mas agora sabe: era o início de uma obsessão que consumiria tudo ao redor.

Seu nome era Marcos. Ele não era como os outros. Enquanto o mundo era caótico e imprevisível, ele era uma força constante, sempre ao lado dela, sempre observando. No início, Beatriz achou que era sorte ter alguém tão dedicado a ela. Ele estava presente em cada detalhe da sua vida, desde o café da manhã até as noites mais solitárias. Ele sabia o que ela precisava antes mesmo que ela soubesse.

Mas então, as coisas começaram a mudar.

Foi pequeno no começo. Um colega de trabalho que fez um comentário desagradável sobre Beatriz sumiu no dia seguinte. Um ex-namorado que tentou reaparecer na vida dela foi encontrado com o carro incendiado. Ela começou a notar padrões, coincidências que não podiam ser ignoradas. E Marcos? Ele sempre estava por perto, com um sorriso tranquilo e olhos que pareciam esconder segredos sombrios.

“Você fez isso?” Beatriz perguntou uma noite, enquanto ele passava os dedos pelos cabelos dela, como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo.

“Fiz”, ele respondeu, sem hesitar. “Ninguém pode te machucar. Ninguém.”

Ela deveria ter sentido medo. Talvez até nojo. Mas não sentiu. Em vez disso, sentiu algo quente e perigoso brotando dentro dela. Era como se ele tivesse acendido um fogo que ela nem sabia que existia.

As coisas escalaram rapidamente depois disso. Marcos não era apenas protetor; ele era possessivo. Cada olhar, cada toque, cada palavra dele era carregada de uma intensidade que fazia Beatriz se sentir viva de uma maneira que nunca havia experimentado antes. Ele era o tipo de homem que colocaria fogo no mundo inteiro se ela pedisse. E, secretamente, ela sabia que ele faria isso por ela.

Uma noite, após uma discussão com uma amiga que tentou afastá-lo dela, Marcos apareceu na porta de Beatriz com as mãos sujas de cinzas. Ele não precisava dizer nada. Ela sabia o que havia acontecido. E, em vez de chorar ou gritar, ela o puxou para dentro e o beijou como se fosse a última noite de suas vidas.

“Eu te amo”, ele sussurrou, segurando o rosto dela com uma mistura de ternura e possessividade. “Eu destruiria qualquer um, qualquer coisa, por você.”

E ela acreditou nele. Porque, no fundo, ela também estava obcecada. Ele era o seu vício, a sua chama, o seu destruidor. Juntos, eles eram uma tempestade que poderia arrasar tudo em seu caminho.

No final, não importava o que o mundo pensava. Não importava quantas vidas fossem destruídas, quantas cidades queimassem. Tudo o que importava era ele e ela, e o fogo que os consumia.

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@Kpryet seu texto está muito bom de ler
É um texto romântico e as vezes um texto um pouco sombrio.

Parece aquela típica história em que ele a mata no final.

A não ser…que ela seja obsessiva e psicopata tanto quanto ele.

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@Violeta isso é verdade concordo plenamente com o seu comentário

Realmente

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