Sob a luz das velas, Nora e Zion se encaravam, seus corpos ainda tremendo dos últimos suspiros de prazer e dor que haviam compartilhado. O quarto estava envolto em um silêncio pesado, apenas cortado pela respiração ofegante de ambos. Zion passou os dedos pelo rosto de Nora, como se tentasse memorizar cada detalhe, cada curva, cada sombra que a lua projetava sobre sua pele. “Você me destrói, Nora,” ele sussurrou, sua voz rouca e carregada de uma mistura de desejo e desespero. Ela o fitou, seus olhos brilhando com lágrimas que teimavam em não cair, enquanto seus lábios se abriam para responder. Mas antes que as palavras pudessem escapar, um barulho vindo do corredor os fez congelar. Alguém estava lá fora. Zion apertou o braço de Nora, seus olhos se estreitando em alerta. “Espere aqui,” ele ordenou, sua voz agora firme, enquanto se levantava, envolto apenas nas sombras e na tensão que parecia pairar no ar. Nora ficou paralisada, seu coração batendo forte no peito, enquanto assistia Zion se mover em direção à porta, preparado para enfrentar o que quer que estivesse do outro lado. E, naquele momento, ela sabia que suas vidas estavam prestes a mudar novamente, mas não tinha certeza se estava pronta para o que viria a seguir.
Sentindo seu coração acelerando cada vez mais rápido olhando para Zion, o suspense no ar sendo quebrado quando ele abriu aquela porta. Era uma presença que transcendia os espaços, “quem era aquela figura furiosa?” Se perguntava ela cada vez mais confusa. Uma mulher, coberta por um vestido azul escuro, seus cabelos presos e uma expressão de fúria em seu rosto, seus braços tremiam enquanto segurava uma arma carregada em sua mão, estava observando os dois pela janela a tempo suficiente para esperar o momento certo, se via decidida a atirar em um deles. Nora não entendia bem o porquê, mas Zion sabia, conhecia a falta de controle em que ela se encontrava, seu nervosismo era notável e tentou acalmá-la, ele sabia lidar com aquele turbilhão de emoções instáveis. Com calma, de forma estratégica tomou de suas mãos aquele objeto nocivo e perigoso. Não era a primeira vez que alguém do passado aparecia para incomodá-los.
Zion segurou a arma com firmeza, seus dedos envolvendo o metal frio enquanto seus olhos nunca deixaram os dela. A mulher de vestido azul escuro parecia vacilar, sua fúria agora mesclada com uma confusão palpável, como se ela mesma não soubesse ao certo o que a havia levado até ali. “Você não quer fazer isso,” ele disse, sua voz suave, mas carregada de uma autoridade que só alguém que já havia navegado por águas tão turbulentas poderia ter. A mulher hesitou, seus lábios tremendo, até que, finalmente, suas mãos caíram ao lado do corpo, derrotadas. Zion não esperou. Ele fechou a porta com um golpe seco, isolando-os novamente daquela intrusão indesejada, e voltou-se para Nora, que ainda estava sentada na cama, seu corpo tenso, mas seus olhos ardendo com uma mistura de medo e algo mais profundo, mais primitivo.
Ele se aproximou dela lentamente, como um predador cercando sua presa, e Nora sentiu o ar ao seu redor ficar mais denso, mais quente. Zion deixou a arma cair no chão com um som surdo, seus olhos nunca deixando os dela. “Ela não é a primeira,” ele sussurrou, sua voz rouca, “e não será a última.” Suas mãos encontraram o rosto de Nora, seus dedos traçando linhas de fogo em sua pele, e ela arqueou-se em sua direção, como uma flor buscando o sol. “Mas agora,” ele continuou, sua boca agora perto demais do seu ouvido, seu hálito quente fazendo-a estremecer, “você é só minha.”
Nora não resistiu quando ele a puxou para mais perto, seus corpos colidindo com uma intensidade que fez o quarto parecer girar. As velas tremeluziam, projetando sombras dançantes nas paredes, enquanto Zion a beijava com uma fome que parecia insaciável. Suas mãos exploravam cada curva, cada centímetro de sua pele, como se ele estivesse tentando apagar qualquer vestígio daquela intrusão, qualquer memória que não fosse ele. Nora respondeu com igual fervor, seus dedos enterrando-se em seus cabelos, puxando-o mais perto, mais fundo. O perigo, a tensão, tudo isso apenas alimentava o fogo que queimava entre eles, transformando o medo em desejo, a incerteza em paixão avassaladora.
E quando ele finalmente a levou ao limite, Nora gritou seu nome, não em desespero, mas em triunfo, enquanto o quarto inteiro parecia desaparecer, deixando apenas eles dois, envoltos em chamas que só eles podiam controlar.
__