Aviso para Leitores Sensíveis:
Este texto aborda temas como obsessão, possessividade e tensão psicológica, que podem ser perturbadores. Se você é sensível a esses temas, leia com cautela e priorize seu bem-estar emocional.
Naquele lago, onde o céu nublado refletia sobre a água nebulosa e desprovida de
qualquer luz, sua profundidade não era notada. Aquela moça chamada Layla sempre gostava de ir para esse lugar que trazia conforto e uma sensação inexplicável. A floresta ao redor, onde as árvores se encontravam sem folhas, apenas galhos rígidos e secos, entre um e outro via-se uma luz no horizonte, e aquele clima tão agradável a fazia se sentir em casa.
Em um dia como qualquer outro, enquanto caminhava em direção ao lago pelo bosque, sentiu-se sendo observada. A cada suspiro, cada passo parecia estar sendo sugado por aquele olhar não tão distante, mas quase invisível. Sua desconfiança crescia sobre o caminho que parecia mais longo que o normal. Com cautela, observava todas as partes e não encontrava nada.
Passos leves e cuidadosos eram controlados por Tom, cada vez mais cativado pela beleza e leveza de Layla, que soavam como uma trilha sonora de um filme que ele jamais assistiu, mas que despertava curiosidade. Ele sempre esteve ali, mas ela não percebia. Ele se camuflava como se fizesse parte da floresta; poucos conheciam tão bem e andavam tão livremente em meio a tanta névoa. Desde que descobriu, não parou de apreciar e conhecer todos os pontos.
Por mais atencioso que fosse com seu disfarce e cauteloso, os sentidos de Layla naquele dia estavam aguçados. O silêncio no espaço tornava mais fácil identificar qualquer presença. Ela fingiu não perceber, e ele achava que ela nunca o encontraria. Mas, de repente, ele ouve uma voz ecoando no ambiente.
Layla parou no meio do caminho, seu coração acelerado batendo forte no peito, como se tentasse escapar de sua própria caixa torácica. Ela sabia que não estava sozinha. O ar ao seu redor parecia mais pesado, carregado de uma energia que a atraía e a assustava ao mesmo tempo. Seus olhos percorreram os galhos secos, a névoa densa e o horizonte distante, mas não viu nada. Ainda assim, sentia. Sentia aquela presença que a observava, que a devorava com os olhos, que a desejava de uma maneira que ela não conseguia explicar.
— Quem está aí? — sua voz ecoou, suave, mas firme, cortando o silêncio como uma faca.
Por um momento, nada. Apenas o som do vento sussurrando entre os galhos. Então, um movimento quase imperceptível. Um vulto que se desprendeu da névoa, como se fosse parte dela. Tom emergiu, seus olhos escuros fixos nela, intensos, quase ferozes. Ele não parecia humano, não completamente. Havia algo selvagem nele, algo que pertencia àquela floresta, àquele lago, àquela névoa.
— Você finalmente me encontrou — ele disse, sua voz rouca, como se não tivesse sido usada por anos. — Ou eu a encontrei.
Layla sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela deveria ter medo, deveria correr, mas algo a mantinha ali, paralisada, fascinada. Ele era perigoso, ela sabia disso, mas havia uma atração inegável, uma força magnética que a puxava em sua direção.
— Por que você está me seguindo? — ela perguntou, sua voz tremendo levemente.
Tom deu um passo à frente, e outro, até estar tão perto que ela podia sentir o calor de seu corpo, o cheiro da floresta em sua pele. Ele ergueu a mão, quase tocando seu rosto, mas parou a centímetros de distância, como se estivesse se controlando.
— Porque você é minha — ele sussurrou, sua voz carregada de uma obsessão que a fez tremer. — Desde o primeiro dia que você veio aqui, eu sabia. Você pertence a este lugar. Pertence a mim.
Layla tentou recuar, mas ele foi mais rápido. Sua mão agarrou seu pulso com uma força que a fez soltar um gemido de dor. Ele a puxou para perto, seu corpo colado ao dela, e ela sentiu a intensidade de seu desejo, cru, primitivo, quase violento.
— Você não pode fugir de mim — ele murmurou, seus lábios próximos ao seu ouvido. — Eu não vou deixar.
Ela tentou lutar, mas era inútil. Ele era mais forte, mais determinado. E, no fundo, parte dela não queria fugir. Havia algo nele que a atraía, algo sombrio e perigoso, mas irresistível. Ele a beijou então, com uma fúria que a surpreendeu, seus lábios exigindo, tomando, possuindo. Era um beijo que não pedia permissão, que não dava escolha. Era um beijo que a marcava como dele.
Layla se perdeu naquele momento, naquela sensação de ser desejada de uma maneira tão intensa, tão absoluta. Ela sabia que isso estava errado, que ele estava errado, mas não conseguia se importar. Ele a consumia, e ela se deixava consumir.
Tom a levou até o chão, a névoa ao redor deles como um véu que os isolava do mundo. Suas mãos exploravam seu corpo com uma urgência que a fazia gemer, seus dedos marcando sua pele, reivindicando-a. Ele não era gentil, não era cuidadoso. Ele era tudo o que ela não sabia que precisava.
— Você é minha — ele repetiu, sua voz rouca, cheia de possessão. — E eu nunca vou te deixar ir.
Layla olhou para ele, seus olhos cheios de lágrimas, mas também de algo mais. Aceitação. Submissão. Ela sabia que não havia volta. Ele a havia conquistado, de uma maneira que ninguém mais poderia. Ele era sua escuridão, sua obsessão, seu amor proibido.
E, naquele momento, ela não queria mais nada.
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